DA PERSPECTIVA NOSOGRÁFICA À SÓCIO-CLÍNICA: DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT

Maria Fernanda Flausino Couto, Matheus Viana Braz

Resumo


Predomina na literatura uma perspectiva nosográfica na qual a Síndrome de Burnout (SB) é identificada a partir de três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. O objetivo desse estudo teórico-reflexivo consiste em refletir sobre a multidimensionalidade da SB, para além do plano nosográfico, e problematizar os desafios à realização do seu diagnóstico. Com base na sociologia clínica, argumentamos que o esgotamento profissional deve ser compreendido em sua complexidade, levando-se em conta suas dimensões existencial, organizacional e sócio-histórica. Oferecemos pistas para que os profissionais de saúde realizem diagnósticos assertivos e precisos, cujo manejo clínico não se opera pela via da psicologização do sofrimento no trabalho. Ao contrário, empreende-se uma perspectiva diagnóstica contrária a culpabilização do trabalhador.


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