A fruticultura como instrumento de geração de renda para agricultura familiar e áreas de assentamento rural

Aloísio Costa Sampaio, Terezinha de Fátima Fumis, Aparecida Marques de Almeida, Maria José De Marchi Garcia, Maria Lúcia Pallamin, Eliane Maria Ravasi Stefano Simionato

Resumo


Este projeto teve início em 2002 com a aprovação pela FAPESP de projeto de políticas públicas envolvendo várias instituições público-privadas do Município de Bauru, com o propósito de fomentar e transferir tecnologia de produção de frutíferas para pequenos produtores rurais. Escolheu-se a cultura do maracujazeiro amarelo como objeto inicial do trabalho em função da necessidade dos intensos tratos culturais nas fases de plantio, floração e colheita. Inicialmente, pesquisas de campo indicaram a seleção Afruvec como melhor material genético para plantio. Conhecendo-se a disseminação do vírus do endurecimento dos frutos (PWV), principal doença do maracujá, construiu-se uma estufa com tela anti-afídeo para produção das mudas no sistema de tubetes. Visando a transferência de tecnologia de produção, realizou-se dia de campo, reuniões e várias palestras técnicas. Durante o desenvolvimento do plantio em 2003, os produtores decidiram criar a BauruFrutas (Associação de Fruticultores de Bauru e Região), a fim facilitar o processo de comercialização e tentar obter melhor rentabilidade com a atividade. Posteriormente, foi elaborada a logomarca da Associação e com os recursos da 2a fase do projeto Fapesp, adquiriu-se linha completa de processamento de polpa para sustentabilidade da produção. Em 2005 visando dar continuidade aos trabalhos, conseguiu-se a aprovação junto ao CNPq de projeto de extensão direcionado a agregação de valor e nesse sentido, adquiriu-se equipamentos para produção da farinha da casca, utilizada na alimentação humana para redução de colesterol e diabetes e saquinhos de polpa de 100 gramas com código de barra. Visando conscientizar os produtores com o sério problema do vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro, foi realizado em outubro de 2005 um seminário sobre este assunto, que resultou na publicação de um livro com apoio dos palestrantes e da Fundação de Ensino e Pesquisa (Funep) de Jaboticabal. A Associação obteve a cessão de uso de um barracão inativo junto ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) que foi utilizado como entreposto para classificação e armazenamento dos frutos. A BauruFrutas após quatro anos de existência, conquistou um espaço no mercado varejista de Bauru e consolida-se como a maior atacadista de maracujá da região, produzindo e comercializando na safra 2006/2007, ao redor de 280 toneladas de maracujá amarelo, destinados para consumo in natura e industrialização.

Palavras-chave


Sustentabilidade. Inclusão social. Maracujá

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