Práticas psi na desconstrução da homofobia e dos gêneros

Simone Vieira Brêtas da Cunha, Fernando Silva Teixeira Filho, Carla Cristine da Silva, Lilian Aparecida de Araújo, Lilian Cerquetani Sousa, Ariane Ragusa Guimarães

Resumo


Introdução: o projeto de extensão e estágio Clínica da Diversidade Sexual desenvolvido junto ao Departamento de Psicologia Clínica (UNESP de Assis) propõe-se a conhecer teórica e praticamente as questões relacionadas à produção da discriminação em relação às sexualidades não-heterossexuais, bem como a construção do masculino e do feminino. Objetivos: Temos como objetivo problematizar as práticas de opressão de gênero que se exercem sobre homens e mulheres heteros, homos e/ou bissexuais, que vem aliado às conquistas dos direitos das mulheres, de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Estas atividades têm o intuito de desconstruir alguns estereótipos e instigar a reflexão das normatividades de gênero previamente estabelecidos e institucionalizados discursivamente. Métodos: Trabalhamos com atendimentos clínicos individuais com base na psicanálise (lacaniana), intervenções no campus da universidade, tais como entrega de insumos de prevenção às DST/HIV-Aids e plantões junto ao Centro de Referência em Direitos Humanos no Oeste Paulista (CR) instaurado na ONG Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades (NEPS), no qual prestamos serviços de acolhimento e empoderamento à população LGBT. Junto a essas atividades realizamos, semanalmente (desde abril do corrente), exibição de filmes temáticos LGBT, seguidos de debates. Esta intervenção se dá às terças-feiras com temática lésbica (“Teta com Teta”) e às quintas-feiras com temática gay, travestis e transgêneros (“GTT”). Do mesmo modo, atendemos pessoas que se queixam de disfunções sexuais na Clínica Psicológica da Universidade (CPPA). Resultados: Atendemos 8 pessoas em psicoterapia psicanalítica e realizamos diversos acolhimentos junto ao CR. Constatamos que a presença do psicólogo se faz necessária na medida em que encontramos muito sofrimento decorrente da homofobia seja esta externa e/ou internalizada. Como nossa clínica não se reduz ao atendimento de pessoas LGBT, nos casos de pacientes heterossexuais que a nós chegaram com queixas de disfunções sexuais, encontramos cada qual se posicionando frente às pressões sociais das normatividades de gênero.

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