Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da anemia: Saúde do Pré-escolar
Resumo
O presente estudo teve como objetivo descrever ações de educação alimentar e nutricional com pré-escolares, visando estimular o consumo de alimentos fonte de ferro e vitamina C. Trata-se de um estudo de intervenção nutricional que faz parte das atividades do projeto de extensão intitulado “Crescendo e Brincando com Saúde e Nutrição”, realizado com crianças de quatro a seis anos de idade. O estado nutricional das crianças foi avaliado por meio do índice de massa corporal/idade. Para a realização das ações de educação alimentar e nutricional aplicou-se uma cartilha com atividades sobre a importância de uma alimentação saudável, destacando os alimentos ricos em ferro e vitamina C. Realizou-se análise sensorial da aceitabilidade de preparações ricas nesses nutrientes. Houve, ainda, apresentação de um vídeo educativo e de um teatro que ressaltavam a importância de uma alimentação saudável. Das 37 crianças avaliadas, 67,0 % eram do sexo feminino. 35,0% apresentaram excesso de peso. Por meio das atividades lúdicas voltadas para alimentação e nutrição, conseguiu-se transmitir informações essenciais, atingindo o objetivo proposto devido à boa receptividade e interação das crianças. Na análise sensorial das seguintes preparações oferecidas às crianças, evidenciou-se as seguintes porcentagens de aceitação: suco verde (76%), arroz-doce marrom (68,7%); bolo branco com cobertura de melado (85%), bolo de beterraba (91,7%), bolo de cenoura com melado (82,1%), macarrão à bolonhesa (89,3%), carne moída (95,4%), feijão-preto (92,3%) e rapadura (87%). A alta prevalência do excesso de peso encontrada no presente estudo reflete o processo de transição nutricional e a necessidade de estabelecer políticas públicas de combate a esse distúrbio nutricional. A utilização de atividades lúdico-educativas tem-se mostrado eficaz na contribuição do aprendizado de crianças, ainda, apresenta-se como uma forma eficaz e positiva de promoção da saúde, principalmente, na assimilação do conhecimento sobre alimentação saudável e seu efeito na saúde em crianças pré-escolares. Os resultados evidenciaram também a boa aceitabilidade das preparações testadas, sendo possível a inclusão no cardápio e por serem preparações ricas em ferro e vitamina C podem contribuir para prevenção de anemia.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BOOG, M. C. F. et al. Utilização de vídeo como estratégia de educação nutricional para adolescentes:“comer... o fruto ou o produto?” Campinas, Revista de Nutrição, 2003, p.281-293, v.16, n.3. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/26371314_Utilizacao_de_video_como_estrategia_de_educacao_nutricional_para_adolescentes_comer_o_fruto_ou_o_produto
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº. 344, de 13 de dezembro de 2002. Aprova o regulamento técnico para a fortificação das farinhas de trigo e das farinhas de milho com ferro e ácido fólico. 2002 [acesso em 10 jan. de 2017]. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/ 2002/344_02rdc.html
BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher - PNDS 2006: Dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnds_crianca_mulher.pdf
BRASIL, Ministério da Saúde. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil, Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília; 2011. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Suplementação de Ferro: Manual de Condutas Gerais. Brasília, 2013a. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf
BRASIL R. Educação nutricional de pré-escolares: consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina C. 2013. 102 f. Dissertação (Mestrado em Nutrição e Alimentos) – Universidade Federal de Pelotas, 2013b. Disponível em:
http://wp.ufpel.edu.br/ppgna/files/2013/07/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Renata-Brasil.pdf
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - MEC/FNDE. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de alimentação Escolar - PNAE. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, nº 26 de 17 de junho de 2013c. Disponível em:
http://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/4620-resolu%C3%A7%C3%A3o-cd-fnde-n%C2%BA-26,-de-17-de-junho-de-2013
CHUPROSKI, P. et al. Eating behaviors and the social status of families of malnourished children. Rev Esc Enferm USP, 2012, p. 50-57,v.46, n.1. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22441265
CONRADO, S.; NOVELLO, D. Aceitação e Análise nutricional de merenda escolar por alunos da rede municipal de ensino do município de Inácio Martins/PR. 2 ed. Revista Eletrônica Lato Sensu, 2007, p. 1-15, v. 1. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Novello_D/publication/263087000_ACEITACAO_E_ANALISE_NUTRICIONAL_DE_MERENDA_ESCOLAR_POR_ALUNOS_DA_REDE_MUNICIPAL_DE_ENSINO_DO_MUNICIPIO_DE_INACIO_MARTINSPR/links/0a85e539ca909e089d000000/ACEITACAO-E-ANALISE-NUTRICIONAL-DE-MERENDA-ESCOLAR-POR-ALUNOS-DA-REDE-MUNICIPAL-DE-ENSINO-DO-MUNICIPIO-DE-INACIO-MARTINS-PR.pdf
CRUZ, L.D. et al. Análise de Aceitação da Alimentação Escolar dos alunos das escolas municipais urbanas de Itabaiana-SE. Scientia Plena,2013, p. 1042031-1042036, v. 9, n.10. Disponível em:
https://www.scientiaplena.org.br/sp/article/viewFile/1446/905
DUTCOSKY, S. D. Análise Sensorial de Alimentos. Curitiba: Champagnat, 2011.
LIMA, D. B, et al. Crescendo com saúde e nutrição: aplicação do lúdico na educação nutricional. Uberlândia, Em Extensão, 2009, p. 59 - 67 v. 8, n. 2. Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/20569
MONTEIRO, E. A. A. et al. Resgate da concepção criativa e humanizada no processo pedagógico da educação nutricional. São Paulo, Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 2008, p. 51-5, v. 23 n. 2. Disponível em:
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS〈=p&nextAction=lnk&exprSearch=560507&indexSearch=ID
OLIVEIRA, M. N.; SAMPAIO, T. M. T.; COSTA, E. A. Educação nutricional de pré-escolares–um estudo de caso. Viçosa-MG Oikos: Revista Brasileira de Economia Doméstica, 2014, p. 93-113, v. 25, n. 1. Disponível em:
www.seer.ufv.br/seer/oikos/index.php/httpwwwseerufvbrseeroikos/article/view/161
PORTO, E. B. S. et al. School canteens in the Federal District, Brazil and the promotion of healthy eating. Campinas, Rev Nutr. 2015, p.29-41, v. 28, n. 1. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732015000100029
RAMOS, F. P.; SANTOS, L. A. S.; REIS, A. C. B. Educação Alimentar e nutricionais em escolares: uma revisão de literatura. Rio de Janeiro, Cad. Saúde Pública. 2013, p. 2147-2161, v. 29, n. 11. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n11/03.pdf
SILVA, R. H. M.; NEVES, F. S.; NETTO, M. P. Saúde do pré-escolar: uma experiência de educação alimentar e nutricional como método de intervenção. Rev APS. 2016, p. 321-327 v.19, n.2. Disponível em: https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/2585
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Multicentre Growth Reference Study Group. WHO child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-forlength, weight-for-height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: World Health Organization; 2006. Disponível em:
http://www.who.int/childgrowth/standards/Technical_report.pdf
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). The global prevalence of anaemia in 2011.Geneva: World Health Organization; 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/177094/1/9789241564960_eng.pdf
Revista Ciência em Extensão by Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura - UNESP - Brasil is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at ojs.unesp.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/about/editorialPolicies#custom0.