Hábitos de idosas participantes de projeto de promoção à saúde
Resumo
Este estudo descritivo transversal retrospectivo foi resultado do projeto de extensão para terceira idade, intitulado de Unipam Sênior desenvolvido na cidade Patos de Minas-MG. Objetivou-se descrever os hábitos de vida e perfil antropométrico da população alvo do projeto. Foi realizada reunião coletiva entre os extensionistas e participantes, sendo esclarecidos todos os procedimentos e que sua participação seria voluntária. Por meio de questionário semiestruturado foram colhidos dados sobre hábitos de vida, presença de doenças e comportamento referente à prática de atividade física. Para análise do perfil antropométrico foram coletados peso e a estatura, cálculo do índice de massa corpórea e a mensuração da relação cintura quadril. Aplicou-se estatística descritiva para análise de dados. A população foi constituída por 77 idosas com idade de (61±0,8) anos, apresentando os seguintes resultados; 100% não usam tabaco, 3,8% consomem álcool, 80,5% não fazem dieta. Foram encontradas presença de doenças crônicas não transmissíveis; 40,2% apresentaram doenças metabólicas, 30% doenças cardiovasculares, 15% osteometabólicas, 4,7% doenças renais, 9,5% citaram outros tipos de doenças, e 79% faziam uso de medicamentos sob prescrição médica. Quanto a prática de atividade física observou-se maior aderência para as modalidades de hidroginástica e dança e menor preferência pelos exercícios neuromusculares. Todas as idosas realizavam atividades no mínimo 2 vezes por semana e 93% com duração de 1 hora, 59,7% realizam outras modalidades fora do projeto, sendo a caminhada não supervisionada teve maior preferência. Sobre a regularidade das atividades físicas realizadas fora do projeto, 41,3% realizam 2 vezes por semana com sessões perdurando 1 hora. Quanto à antropometria, 58,5% apresentaram estar com sobrepeso ou obesidade, sobre a relação cintura quadril 91% apresentaram risco alto ou muito alto para doenças cardiovasculares. Após análise dos dados retrospectivos conclui-se que a população estudada foi exclusiva de idosas acima dos 60 anos, apresentavam alguns hábitos favoráveis para saúde, entretanto em sua maioria eram acometidas por doenças cardiometabólicas, e embora fizessem tratamento por medicamentos e praticassem atividade física supervisionada, a maior parte não realizavam controle nutricional e expondo indicadores antropométricos inadequados para a saúde senil. Contudo, afirma-se sobre a importância de projetos extensão de universidade aberta para terceira idade para o envelhecimento ativo e promoção da saúde do idoso.
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