Influência da hierarquização da assistência obstétrica e neonatal na região da DIR XI – SP no resultado materno e perinatal, período de 1995-2002

Marilza Vieira Cunha Rudge, Izildinha Maestá, Iracema de Mattos Paranhos Calderon, Cibele Vieira Cunha Rudge, Álvaro Anzai, Érica Gushikem, Jane Amanda Jeronymo da Conceição, Camila Rebouças Valência dos Santos

Resumo


Objetivo geral: avaliar a influência do Programa de Hierarquização da Assistência ao Parto e Recém-nascido no resultado materno e perinatal, na Região da DIR XI - SP, entre os anos de 1995 e 2002. Objetivos específicos: calcular o número de partos, taxas de cesárea, Razão de Mortalidade Materna hospitalar (RMMH) e taxas de Mortalidade Perinatal precoce (MPN I), nas maternidades de baixo (Hospital Regional - Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana – HR-ABHS) e alto risco (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP – HC-FMB). Metodologia: trabalho descritivo e prospectivo, da hierarquização no atendimento ao parto e ao recém-nascido, durante oito anos (1995-2002), em hospitais de baixo (HR-ABHS) e alto risco (HC-FMB), da região da DIR XI. Foram incluídas todas as pacientes atendidas nestes Serviços com registro diário de protocolo clínico padronizado com as seguintes informações: número de partos, cesáreas, mortes maternas, nativivos, natimortos e neomortos precoces (até 7 dias de vida). O teste do ?2 e o cálculo do coeficiente de correlação linear simples foram utilizados para avaliação dos resultados. Resultados: o total de partos assistidos no período foi de 17748, sendo que na implantação do programa eram realizados 410 partos / ano no HR-ABHS e 1076 partos / ano no HC-FMB. Houve aumento de 2,5 vezes no número de partos no hospital de baixo risco e manutenção do número de partos no alto risco. O número de partos em 2002 é semelhante nos dois Serviços. A taxa de cesárea declinou nos dois locais, porém, de forma mais acentuada no baixo risco (HR-ABHS de 46,6% para 26,9%; ? < 0,0001) que no alto risco (HC-FMB de 49,2% para 40,1%; ? < 0,0001). A RMMH foi menor no HR-ABHS (26,3 vs 128,7 / 100.000 nascidos vivos; ? < 0,02). A taxa de MPN I declinou nos dois serviços, com diminuição mais acentuada no alto risco (HC-FMB de 60,8‰ para 26,2‰; ? < 0,00001) do que no baixo risco (HR-ABHS de 9,7‰ para 6,7‰; ? < 0,04). Conclusões: o Programa de Hierarquização ao Parto e Recém-nascido melhorou a qualidade da assistência obstétrica e perinatal na região da DIR XI - SP: houve diminuição das taxas de cesárea e de mortalidade perinatal I nos dois hospitais. A morte materna foi mais freqüente no hospital de alto risco, mas durante dois anos não ocorreu nenhum óbito no hospital terciário. Não houve nenhum óbito materno no Hospital secundário durante seis anos. Comprovou-se a importância de níveis hierarquizados de assistência ao parto e recém-nascido, com a diminuição dos índices de cesárea associada à diminuição da taxa de mortalidade perinatal I.

Palavras-chave


Hierarquização. Assistência ao parto. Resultados maternos e perinatais.

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