Plantando o hoje: ações extensionistas no processo de reabilitação ativa

Camilla de Melo Silva, Emerson Araújo Do Bú, Maria Edna Silva Alexandre, Roseane Christhina da Nova Sa Serafim, Cristina Ruan Ferreira Araújo

Resumo


Desde os primórdios o homem busca fazer uso da natureza, principalmente dos recursos advindos da flora, como fonte medicinal no tratamento de algumas doenças. Pesquisas realizadas sobre esta temática revelam, desta forma, um hábito milenar do servir-se do poder das plantas para curar enfermidades, de modo artesanal, o que desvela modos de pensar, ser e agir do sujeito. Nesse sentido, e cientes da importância e viabilidade do uso das plantas como mais um meio de tratamento de diversos problemas de saúde, buscou-se voltar a atenção do presente trabalho para um espaço da comunidade que ainda apresenta certa carência social e, mais especificamente, uma instituição que reconhece pertinente a implantação de atividades diretas e/ou indiretas que possam vir a colaborar com o processo de tratamento e ressocialização de seus internos: a Fazenda do Sol de Campina Grande. Desenvolveram-se assim, por meio de técnicas de sensibilizações e estratégias educativas, atividades acerca do plantio, cultivo, colheita e uso de plantas medicinais. Essas ações objetivaram difundir os princípios e práticas da fitoterapia, capacitando os internos à implantação de pequenos modos de produção comunitários, como hortas no entorno da Fazenda, cujos produtos, após o beneficiamento, podem ser usados para o autoconsumo orientado e/ou como fonte geradora de renda. Acredita-se que a partir desta extensão, outros trabalhos possam ser desenvolvidos relacionados a temáticas como Fitoterapia, o uso problemático de drogas, saúde mental, práticas complementares e integrativas no SUS, estratégias de cuidado, dentre outras. Tais trabalhos devem ter como foco a complexidade que envolve o usuário de drogas enquanto sujeito detentor de potenciais e subjetividades e os próprios entraves inerentes a sua recuperação e ressocialização, compreendendo que as possibilidades de intervenção para serem coerentes, devem considerar a realidade de tais sujeitos, construindo, assim, propostas que partam da perspectiva da corresponsabilidade e que, a partir disso, possam afetar e serem acolhidas por seu público-alvo.

 


Palavras-chave


Plantas medicinais; Fitoterapia; Práticas complementares.

Texto completo:

PDF

Referências


ACIOLI NETO, M.L.; SANTOS, M.F. Os usos sociais do crack: construindo uma clínica situada culturalmente. Recife, PE: Editora Universitária ed UFPE. 2015.

ALCANTARA, R.G.L.; JOAQUIM, R.H.V.T.; SAMPAIO, S.F. Plantas Medicinais: o conhecimento e uso popular. Revista de APS., v. 18, n. 4, 2016.

AMOROZO, M.C.M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DISTASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, p. 230, 1996.

ARAÚJO, C. R. F.; MARIZ, S. R.; COUTINHO, M. S.; COSTA, E. P.; OLIVEIRA, J. O. D.; DO BÚ, E. A. Tradição popular do uso de Plantas Medicinais: Ação Extensionista sobre crenças, uso, manejo e formas de preparo. Revista Saúde E Ciência Online, v. 4, n.3, 2015.

ARGENTA, S.C.; ARGENTA, L.C.; GIACOMELLI, S.R.; CAZAROTTO, V.S. Plantas Medicinais: cultura popular versus ciências. Vivências - Revista Eletrônica de Extensão da URI. v. 7, n.12: p.51-60, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 156 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica ; n. 31).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC-SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

FIRMO, W.C.A.; MENEZES, V.J.M.; PASSOS, C.E.C.; DIAS, C.N.; ALVES, L.P.L. Contexto Histórico, Uso Popular e Concepção Científica sobre Plantas Medicinais. Cad. de Pesquisa., São Luís, v. 18, n. especial, 2011.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antônio Carlos Gil. - 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.

LIMA, F. A.; DO BÚ, E. A.; SOARES, M. P., ARAÚJO, C. R. F. A fitoterapia e sua inserção no contexto da Atenção Básica. Revista Saúde E Ciência On Line, v.4, n. 2, p. 120-128, 2015.

MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego das plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 3. ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2007.




Creative Commons License
Revista Ciência em Extensão by Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura - UNESP - Brasil is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at ojs.unesp.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/about/editorialPolicies#custom0.