Resíduos de serviço de saúde em unidade de terapia intensiva do pronto-socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP
Resumo
Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são aqueles que resultam de atividades exercidas nos serviços que têm relação com o atendimento à saúde, humana ou animal. Atualmente, de acordo com a RDC 306/04 de 2004 da ANVISA e Resolução n° 358/05 do CONAMA, os grupos possuem a seguinte classificação: Grupo A (resíduo biológico), Grupo B (resíduo químico), Grupo C (resíduo que contenha radionucleotídeo),Grupo D (resíduo comum) e Grupo E (resíduo perfurocortante). No Brasil, são coletadas 149 mil toneladas de lixo por dia, sendo que os RSS correspondem a cerca de 1% a 3 % deste total. Um modo eficiente de manejar adequadamente os RSS é através do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), sendo possível reduzir os riscos que alguns materiais acarretam, além de garantir descarte de forma ecologicamente correta e econômica. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o processo de gerenciamento permite às instituições que prestam serviços a saúde um manejo adequado dos resíduos. Com isso, tem-se um maior controle e redução dos riscos para a saúde ocasionados pelos resíduos infecciosos ou especiais, além de facilitar a reciclagem, o tratamento, o armazenamento, o transporte e a disposição final dos resíduos sólidos hospitalares de forma ambientalmente segura. Objetivos: Avaliar o gerenciamento dos RSS dos grupos A e D da Unidade de Terapia Intensiva do Pronto Socorro do HC/FMB/UNESP de Botucatu, de acordo com as normas vigentes. Metodologia: Foi realizado o acompanhamento do fluxo de resíduos e durante quatro dias aleatórios do mês de setembro de 2011 foi realizada a quantificação desses resíduos, estimando um valor diário e mensal, de acordo com sua classificação. Resultados e discussão: O HC produziu no ano de 2011 uma média de 57.676,8 kg/mês de resíduo biológico e comum. Durante os quatro dias, somando os grupos A e D, foram gerados na unidade de estudo aproximadamente 209,8 kg de resíduos (sendo 202,2 kg referentes ao grupo A e 7,6kg do grupo D), o que equivale em média a 52,45 kg/dia e aproximadamente 1573,5 kg/mês. A UTI gerou aproximadamente 5,77 kg/leito/dia por paciente de resíduo biológico e 0,23kg/leito/dia de resíduo comum. A Taxa de Resíduos de Serviços de Saúde Perigosos foi de 98,38%, a Taxa de Resíduos de Serviços de Saúde Infectante foi de 96,38% e a Variação da proporção de Resíduos do Grupo A de 96,38% e D de 3,62%. Considerações finais: Foi possível observar que esforços vêm sendo realizados junto às fontes geradoras, em especial nas etapas de segregação e acondicionamento dos resíduos do Grupo A. Entretanto, pouca atenção é dada aos demais tipos de resíduos, os quais geralmente são acondicionados sem uma perspectiva de reciclagem e são descartados juntamente com aqueles considerados de risco biológico. É indispensável que todos os profissionais envolvidos na manipulação dos RSS recebam treinamentos sobre os aspectos relevantes relacionados à manipulação e descarte inadequado desses resíduos e sobre a importância da reciclagem.
Palavras-chave
Gerenciamento de resíduos. Resíduos sólidos. Reciclagem.
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