Sedentarismo: prevalência e associação de fatores de risco cardiovascular

Sandra Regina Olbrich, Maria José Trevizani Nitsche, Jaime Olbrich Neto, Natália Leite Rosa Mori

Resumo


O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física. É sabido que a atividade física estimula a função dos sistemas cardiovascular, respiratório e musculoesquelético, assim como promove motivação psicológica e sensação de bem estar. É considerado o principal fator de risco para a morte súbita, estando na maioria das vezes associado direta ou indiretamente, às causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças. O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de sedentarismo e sua associação com outros fatores de risco em funcionários, docentes e alunos da Universidade Estadual Paulista. Foram avaliados clínica e laboratorialmente, de agosto de 2003 a maio de 2007, 9867 pessoas que compareceram a campanha institucional “Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças”. A coleta dos dados ocorreu por procura voluntária; todos os participantes preencheram questionário com dados pessoais e epidemiológicos; foram verificados o peso, a altura, a pressão arterial e coletado sangue, por punção digital para verificação dos níveis de glicose e colesterol total. Foram considerados sedentários todos aqueles que não realizavam atividade física regular por no mínimo 30 minutos três vezes por semana. Todos aqueles que apresentaram anormalidades nas avaliações foram orientados por meio de consulta de enfermagem e sugerido procurarem auxílio médico. A prevalência de inatividade física foi de 59,9 % (alunos, 57,4%; docentes, 55,8%, e servidores, 65,4% ); 57% eram homens ( p<0,05). Observou-se uma proporção de sedentários maior na faixa etária entre 30 a 60 anos, quando comparada com faixa etária inferior ( p=0,003). Observou-se associação no grupo sedentário com IMC igual ou maior que 30 Kg/m2 (p =0,00...). Os valores de colesterol total e glicemia em jejum foram maiores entre os sedentários. A proporção de hipertensos foi maior (p= 0,002) entre os sedentários, bem como o tabagismo . Observou-se que o sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidade, mas têm um custo econômico para o indivíduo, a família e para a sociedade. Percentual elevado de sedentários, como o encontrado no nosso estudo, foi relatado em outros estudos, variando conforme a metodologia utilizada. Todos os fatores de risco, pesquisados para doenças cardiovasculares foram mais frequentes nos indivíduos sedentários. O desenvolvimento de programas de saúde, e campanhas que envolvam o incentivo à atividade física regular, para toda a população, certamente trará, no futuro, uma redução na incidência de doenças coronarianas e melhor qualidade de vida.

Palavras-chave


Sedentarismo. Universidade. Fatores de risco.

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