Educação de jovens e adultos: da teoria à prática.
Resumo
O presente estudo tem por objetivo discutir os fundamentos da educação de jovens e adultos (EJA), com ênfase para o processo de formação de educadores de jovens e adultos desenvolvido no contexto de dois projetos de intervenção da UNESP qual seja, a formação que se fundamenta no acompanhamento da trajetória do educador com seus alunos, tendo como suporte a sua ação de ensino, a inserção em processos colaborativos de pesquisa e a perspectiva de ação social num processo coletivo que envolve ação-reflexão-ação. Os processos de EJA envolvem demandas que impregnam a profissionalização docente, reorientando o papel do educador de EJA e a dimensão do trabalho na escola com base no conhecimento do aluno como sujeito pensante, no conhecimento das teorias de educação e de metodologias de ensino, no exercício da prática escolar e na capacitação como investigador, gerando as suas representações. Deve-se constituir em processo formativo plural que não pode abdicar da busca de ruptura com práticas pedagógicas e políticas públicas inadequadas. Essa busca passa pelo rompimento com a lógica da produtividade do mercado, que determina o aligeiramento da formação, impondo terminalidade e formas de organização curricular. Partindo de um diagnóstico da realidade, o processo de formação do educador em questão procede à análise documental para situar a EJA no contexto da realidade brasileira, discute a ação didática desenvolvida sob a perspectiva da problematização da prática pedagógica e investe na reflexão contextualizada com vistas à formação de um professor epistemologicamente curioso. Uma prática pedagógica em EJA deve ser marcada pelo desejo de contribuir, por meio da educação, para o processo de transformação de situações injustas, desumanas e de exclusão social. Deve ser caracterizada pela solidariedade e pela dignidade que se busca garantir, no aspecto formal, quando a legislação inclui a educação de jovens e adultos no contexto de um dos direitos humanos fundamentais. As competências exigidas do trabalhador pelas tecnologias de informação e as exigências de uso social do conhecimento nos impõem pensar num processo de ensino em EJA no qual o sujeito possa levantar hipóteses e testá-las, desenvolvendo raciocínio argumentativo, de modo a estimular a construção de estratégias para resolução de problemas postos pela ação cotidiana, a discussão dos resultados e uma atitude permanente de busca de autonomia. Por sua especificidade, as reflexões acerca da proposta de formação de educadores de EJA, fundamentada em uma metodologia participativa, possibilita a investigação e a discussão das dificuldades e das necessidades dos discentes, articulando prática e teoria como movimento e inter-relação, apontando para a possibilidade de ser este um caminho promissor para introduzir mudanças efetivas em suas práticas pedagógicas, mediadoras de aprendizagens significativas.
Palavras-chave
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