Contação de histórias em enfermaria pediátrica: leitura, aprendizagem e entretenimento

Andréa Rizzo dos Santos Boettger Giardin, Paula Vieira Alves, Maria das Neves Firmino da Silva, Ana Helena Zanco

Resumo


Quando submetida a tratamentos hospitalares, a criança afasta-se de sua rotina, de seu lar e ambiente escolar, além de sofrer interferências em seu desenvolvimento. Devido à sua condição de saúde, pode conviver com práticas dolorosas e vivenciar as dificuldades advindas de sua enfermidade. Todos esses fatores contribuem para quadros de stress, apatia, impaciência, ansiedade, isolamento e tristeza. Por meio da atividade lúdica, busca-se aproximar a criança de sua realidade cotidiana, fazendo com que ela vivencie as experiências que tinha fora do ambiente hospitalar, reduzindo os efeitos da internação e proporcionando a ela os estímulos necessários para um desenvolvimento saudável. Diante da situação citada, a utilização da contação de histórias é um recurso que pode amenizar os sintomas negativos decorrentes dos tratamentos hospitalares e auxiliar no processo educacional da criança. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo ampliar o incentivo à leitura; auxiliar no processo de aprendizagem; desenvolver as potencialidades e a imaginação da criança por meio da contação de histórias e de atividades lúdicas e manuais. Também teve como objetivo contribuir para a amenização do stress hospitalar proporcionando uma recuperação mais rápida. Participaram dessa pesquisa 34 crianças e adolescentes na faixa etária de 4 a 17 anos de idade, hospitalizadas em uma enfermaria pediátrica de um Hospital Materno Infantil, localizado em uma cidade no interior do Estado de São Paulo. Os materiais utilizados foram livros de histórias, papéis, lápis de cor, dentre outros, necessários para executar a atividade proposta. Os livros eram levados ao leito dos participantes que deveria escolher o que mais lhes agradava, e ler ou pedir para que alguém o lesse. Em seguida, uma reflexão sobre a história explorada era realizada e uma atividade que representasse o assunto tratado nessa história era proposta. Essa atividade escolhida após a leitura da história ficava a critério do participante. Através das faces do AUQEI (Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé) pretendeu-se avaliar o estado emocional da criança antes e depois da atividade. Com os resultados obtidos pôde-se concluir que esse recurso ameniza o estresse causado pela internação e melhora o estado emocional da criança; ainda foi possível observar significativo interesse para a realização das atividades expressivas, constatando, que existe relação das atividades de leitura com o processo de aprendizagem no contexto hospitalar.


Palavras-chave


Aprendizagem. Criança hospitalizada. Histórias infantis.

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