Psicologia da morte: técnicas de abordagem da própria finitude por meio de vivências

Karina Pereira Lima, Alessandra de Andrade Lopes, Amanda Kager, Bruna Silveira Pera, Francine Belloti da Silva, Thiago Felipe Fuzatto de Oliveira

Resumo


Introdução: Este trabalho se refere a uma técnica de vivência realizada em um encontro dos seguintes projetos de extensão - "Psicologia da Morte: grupos terapêuticos e atendimento individual a pessoas enlutadas" e "Educação para a morte: grupos educativos para profissionais da saúde".Embora universal, pessoal, irreversível e intransferível, são propiciados poucos momentos de reflexão sobre a morte. Ao entrar em contato com alguém que está morrendo, o homem é lembrado a todo o momento de sua própria finitude. Entretanto, como sugere MARANHÃO (1999), em nossa sociedade atual dirigida para a produtividade, pouco se pensa na morte e se fala dela o menos possível, gerando uma maior dificuldade de lidar com a mesma. ANDRADE-LOPES (2003) destaca que tornar nossos comportamentos sensíveis a nossa finitude pode promover uma maior adesão, participação e responsabilidade nas práticas de saúde, o que se faz extremamente necessário em uma sociedade na qual se acredita que pensar em doença atrai doença; que quem procura, acha; afastando os pacientes da realização de exames periódicos e cuidados com a saúde em geral. Objetivos: Promover uma sensibilização em relação à própria finitude, com vistas a uma maior valorização da própria vida e uma reflexão ativa sobre o modo como nossa sociedade lida com a morte. Métodos: Chegando ao grupo, os participantes encontram envelopes fechados, nos quais há notícias de jornais sobre a morte de alguém, entretanto na notícia utilizada no encontro, o nome do real falecido é substituído pelo nome do participante do grupo. Após todos os participantes abrirem os envelopes e lerem sua notícia de jornal, realiza-se uma discussão na qual todos devem dizer o que sentiram e pensaram em relação a isso. Resultados: Os participantes relatam que sentiram um impacto ao ler a notícia, o que os levou a valorizar suas vidas e suas relações. Falaram ainda que ao ver seus nomes nas tiras de jornal, perceberam o quanto a morte é banalizada nos dias atuais. Discutiram também sobre o modo como idealizamos a morte, projetando-a para o futuro, se possível sem dor, quando na verdade, não é sempre assim que ela ocorre e que talvez isso contribua para a dificuldade de aceitá-la quando ocorre de maneira diferente daquilo que idealizamos. Referências: ANDRADE-LOPES, A. Formação e práticas de profissionais da saúde em interação com pacientes oncológicos. Tese de doutorado - UFSCar, 2003. MARANHÃO, J. L. S. O que é morte. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.


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