Médicos da alegria: a responsabilidade social na promoção da saúde pública

Natanael Sutikno Adiwardana, Isabella Silva Ricoboni, Elaine Uchima Uehara, Fernando Freitas Monteiro, Renata Nacasaki Silvestre, Valéria Aparecida Savagim, Francisca Teresa Veneziano Faleiros

Resumo


A complexidade da demanda de assistência à saúde populacional tem aumentado à medida que a competência tecno-científica deixou de ser suficiente para suprir as necessidades plurais dentro de uma comunidade estratificada sócio-economicamente. As características particularizadas de cada paciente e a relação destas com outros seres individuais geram uma unidade social heterogênea cujos valores éticos e culturais exigem a elaboração de estratégias específicas para um atendimento eficaz a cada personalidade. Dessa forma, à consideração dos fatores psicossociais somados ao biológico denominou-se Humanização da Assistência à Saúde. O projeto de extensão Médicos da Alegria visa promover a aplicação, pesquisa e conscientização a respeito da Humanização da Assistência à Saúde – mais especificamente na área psicossocial da saúde em complemento ao tratamento biológico oferecido no Hospital das Clínicas de Botucatu, UNESP4 1 Discente do curso de Medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – considerando a influência e subsequente responsabilidade do agir de uma pessoa sobre o bem-estar de seus próximos. Promovido por mais de 120 acadêmicos de áreas biológicas do campus – entre bacharelandos e pós-graduandos –, o projeto atinge diretamente um número significativo de mais de 2100 pacientes anualmente: 1200 crianças da Ala Pediátrica somados a 300 crianças e 600 adultos na Quimioterapia. Além disso, familiares, cuidadores e equipe de saúde também são atendidos direta e indiretamente pelos “médicos-palhaços”, o que pode estender o processo de benefício a mais outras 1000 pessoas. Atualmente, também conta com dois projetos científicos para estudar a eficácia e efeitos do projeto sobre seus executores e pacientes: o primeiro descreve qualitativamente o perfil dos integrantes do projeto e a influência do projeto sobre suas escolhas profissionais; o segundo visa analisar as alterações nos níveis de estresse das crianças atendidas pelo projeto através da quantificação de cortisol salivar antes e após a atuação dos “médicos-palhaços”. Assim, este relato de experiência traz à questão possíveis benefícios da aplicação deste conceito através da atuação lúdica com clowns de graduandos de Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Nutrição, Física Médica, Medicina Veterinária, Zootecnia, Engenharia Florestal e Agronomia – alguns não relacionados à área de saúde, mas todos primordialmente promotores de bem-estar social – sobre ambientes ambulatoriais humanos.


Palavras-chave


Humanização. Responsabilidade Social. Clown. Hospital.

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Referências


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