Ação extensionista "Alimentação saudável na infância": elaboração e análise de produtos com adição de prébiótico

Francielly Kultz Silvestre, Jordana Nayara Jandonai Freitas, Mirelly Marques Romeiro, Danieli Fernanda Zampieri, Elisvânia Freitas Dos Santos, Daiana Novello

Resumo


Nesta ação extensionista, o objetivo foi melhorar a alimentação infantil por meio de adição de prebiótico em um alimento com elevado consumo por esse público. Assim, verificou-se a aceitabilidade sensorial de formulações de catchup acrescidas de inulina entre crianças de idade escolar e determinou-se a composição físico-química da amostra padrão e daquela contendo o maior teor de inulina e com aceitação sensorial semelhante a padrão. Foram elaboradas cinco formulações de catchup sendo: um padrão (0% de inulina) e as demais adicionadas de 7,50% (F2), 15% (F3), 22,50% (F4) e 30% (F5) de inulina. Participaram da análise sensorial 44 provadores não treinados de ambos os gêneros, com idade entre 7 e 12 anos. Os resultados da análise sensorial mostraram que não houve diferença significativa entre as formulações para os atributos avaliados: aparência, aroma, sabor, textura e cor, bem como aceitação global e intenção de compra. A adição de 30% de inulina elevou os teores de umidade, carboidratos, calorias e fibra alimentar. A elaboração dos produtos permitiu comprovar que um nível de adição de até 30% de inulina em catchup foi bem aceito pelos provadores infantis, obtendo-se aceitação sensorial semelhante ao produto padrão e com boas expectativas de comercialização.


Palavras-chave


Inulina. Alimento funcional. Fibras.

Texto completo:

PDF

Referências


AOAC INTERNATIONAL. Official Methods of Analysis of AOAC International. 18. ed. 4. rev. Gaithersburg, MD, 2011.1505 p.

APOLINÁRIO, A. C. et al. Inulin-type fructans: A review on different aspects of biochemical and pharmaceutical technology. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 101, n. 30, p. 368-378, 2014.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE VINAGRE (ANAV). Clipping: os tipos de vinagres. 2010. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2014.

ATZNGEN, M. C. B. C. V.; SILVA, M. E. M. P. Sensory characteristics of food as a determinant of food choices. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 183-196, 2010.

BENEO® HP. Product Sheet Beneo® HP. Orafti, DOC.A4-05*01/02-B. Disponível em: . Acesso em: 4 dez. 2014.

BERNARDINO FILHO, R. B.; OLIVEIRA, C. P.; GOMES, Q. O. Elaboração de hambúrguer bovino adicionado de inulina como ingrediente funcional prebiótico e substituto de gordura. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, v. 7, n. 4, p. 33-37, 2012.

BERNAUD, F. S. R.; RODRIGUES, T. C. Fibra alimentar – ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 57, n. 6, p. 397-405, 2013.

BERTÉ, K. A. S. et al. Desenvolvimento de gelatina funcional de erva-mate. Ciência Rural, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 354-360, 2011.

BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, Ottawa, v. 37, n. 8, p. 911-917, 1959.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 276, de 22 de setembro de 2005. Aprova o Regulamento Técnico para Especiarias, Temperos e Molhos. 2005. Disponível em: . Acesso em: 5 out. 2014.

BRASIL. Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA). Resolução nº 12 de 1978. Aprova normas técnicas especiais, do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA, relativas a alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro. 1978. Disponível em: . Acesso em: 21 nov. 2014.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil. 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 jan. 2015.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais. 1998. Disponível em: . Acesso em: 1 dez. 2014.

DOMENE, S. M. A. et al. Validação de metodologia para análise sensorial com pré-escolares. Revista de Ciências Médicas, Campinas, v. 11, n. 2, p. 129-136, 2012.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Sistema de Produção de Vinagre. 2006. Disponível em: . Acesso em: 9 nov. 2014.

FRANCO, F. et al. Qualidade físico-química e sensorial de pão caseiro de cenoura adicionado de inulina, e sua aceitação entre crianças. Revista UNIABEU, Belford Roxo, v. 7, n. 15, p. 20-35, 2014.

GOMES, J. C.; OLIVEIRA, G. F. Análises físico-químicas de alimentos. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2011. 303 p.

GONÇALVES, A. A.; ROHR, M. Desenvolvimento de balas mastigáveis adicionadas de inulina. Alimentos e Nutrição, Araraquara v. 20, n. 3, p. 471-478, 2009.

GOUVEIA, F. Indústria de alimentos: no caminho da inovação e de novos produtos. Inovação Uniemp, Campinas, v. 2, n. 5, p. 32-37, 2006.

HAULY, M. C. O.; MOSCATTO, J. A. Inulina e Oligofrutoses: uma revisão sobre propriedades funcionais, efeito prebiótico e importância na indústria de alimentos. Semina: Ciências Exatas e Tecnológica, Londrina, v. 23, n. 1, p. 105-118, 2002.

IKEDA, A. A.; MORAES, A.; MESQUITA, G. Considerações sobre tendências e oportunidades doa alimentos funcionais. Revista Pesquisa & Desenvolvimento Engenharia de Produção, Itajubá, v. 8, n. 2, p. 40-56, 2010.

INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Dietary Reference Intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids. Washington, DC: National Academy Press, 2005. 1331 p.

KUNTZ, M. G. F.; FIATES, G. M. R.; TEIXEIRA, E. Characteristics of prebiotic food products containing inulin. British Food Journal, Bradford, v. 115, n. 2, p. 235-251, 2013.

LACHMAN, C. et al. Geleia de maçã adicionada de inulina: parâmetros físico-químicos e avaliação sensorial entre crianças. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 12, n. 1, p. 57-69, 2014.

LEME, A. C. B.; PHILIPPI, S. T.; TOASSA, E. C. O que os adolescentes preferem: os alimentos da escola ou os alimentos competitivos?. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 456-467, 2013.

LOTICI, T. et al. Adição de inulina em bolo de chocolate: composição físico-química e sensorial. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde, Natal, v. 3, n. 4, p. 26-38, 2013.

MERRIL, A. L.; WATT, B. K. Energy values of foods: basis and derivation. Washington, DC: United States Department of Agriculture Handbook, 1973. 109 p.

MINIM, V. P. R. Análise sensorial: estudo com consumidores. 2. ed. Viçosa, MG: UFV, 2010. 308 p.

MONTEIRO, C. L. B. Técnicas de avaliação sensorial. 2. ed. Curitiba: CEPPA-UFPR, 1984. 101 p.

PIMENTEL, B. A. et al. Pesquisa quantitativa e qualitativa: o consumo de ketchup pelos universitários. 2010. 48 f. Dissertação (Graduação em Publicidade e Propaganda) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Belo Horizonte, 2010.

PIMENTEL, T. C.; GARCIA, S.; PRUDENCIO, S. H. Aspectos funcionais, de saúde e tecnológicos de frutanos tipo inulina. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, Curitiba, v. 30, n. 1, p. 103-118, 2012.

PONTES, T. E. et al. Orientação nutricional de crianças e adolescentes e os novos padrões de consumo: propagandas, embalagens e rótulos. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 99-105, 2009.

RAUBER, F. et al. Consumption of ultra-processed food products and its effects on children’s lipid profiles: a longitudinal study. Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases, Milano, v. 2, n. 1, p. 116-122, 2014.

RESURRECCION, A. V. A. Consumer sensory testing for product development. Gaithersburg, DC: Aspen Publishers, 1998. 276 p.

ROSSI, D. M. et al. Triagem preliminar da presença de inulina em plantas alimentícias. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 22, n. 2, p. 247-250, 2011.

SAAD, N. et al. An overview of the last advances in probiotic and prebiotic field. LWT - Food Science and Technology, London, v. 50, n. 1, p. 1-16, 2013.

SANTOS, J. P. V.; GOULART, S. M.; RAMOS, A. M. Influência da adição de inulina nas características físico-químicas e sensoriais do doce de leite cremoso. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 67, n. 388, p. 35-40, 2012.

SIEGRIST, M.; STAMPFLI, N.; KASTENHOLZ, H. Consumers’ willingness to buy functional foods. The influence of carrier, benefit and trust. Appetite, London, v. 51, n. 2, p. 526-529, 2008.

SIQUEIRA, P. P.; ALVES, J. G. B.; FIGUEIROA, J. N. Fatores associados ao excess de peso em crianças de favela do nordeste brasileiro. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 251-257, 2009.

SOŁOWIEJ, B. et al. The effect of fat replacement by inulin on the physicochemical properties and microstructure of acid casein processed cheese analogues with added whey protein polymers. Food Hydrocolloids, London, v. 44, n.1, p. 1-11, 2015.

TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS (TACO). Tabela brasileira de composição de alimentos. 4. ed. Campinas: NEPA-UNICAMP, 2011. 161 p.

TEIXEIRA, E.; MEINERT, E.; BARBETTA, P. A. Análise sensorial dos alimentos. Florianópolis: UFSC, 1987. 182 p.

TEIXEIRA, L. V. Análise sensorial na indústria de alimentos. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 64, n. 366, p. 12-21, 2009.

TOLONI, M. H. A. et al. Introdução de alimentos industrializados e de alimentos de uso tradicional na dieta de crianças de creches públicas no município de São Paulo. Revista de Nutrição, Campinas, v. 24, n. 1, p. 61-70, 2011.

TONELI, J. T. C. L. et al. Efeito da umidade sobre a microestrutura da inulina em pó. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 28, n. 1, p. 122-131, 2008.

TORAL, N.; CONTI, M. A.; SLATER, B. A alimentação saudável na ótica dos adolescentes: percepções e barreiras à sua implementação e características esperadas em materiais educativos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 11, p. 2386-2394, 2009.

ZANINI, C. D. et al. Avaliação físico-química e sensorial de bolo de maçã adicionado de inulina entre crianças. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 11, n. 2, p. 171-182, 2013.




Creative Commons License
Revista Ciência em Extensão by Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura - UNESP - Brasil is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at ojs.unesp.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/about/editorialPolicies#custom0.