Práxis em Psicologia Comunitária: Festa de São João como atividade comunitária

James Ferreira Moura Jr., Antonio Alan Vieira Cardoso, Denise Costa Rodrigues, Rayssa Morais Vasconcelos, Verônica Morais Ximenes

Resumo


O objetivo desse trabalho é analisar, a partir da Psicologia Comunitária, a organização de uma festa de São João em uma comunidade da Canafístula (Ceará) como uma atividade comunitária. Esse processo de facilitação ocorre por meio do desenvolvimento de atividades comunitárias que são ações coletivas permeadas por posturas dialógicas, democráticas e cooperativas desenvolvidas pelos moradores com fins comunitários e pessoais. Essas ações podem ser promotoras de processos de conscientização, de fortalecimento da identidade pessoal e comunitária e de maior integração entre os moradores. As ações foram desenvolvidas por um Projeto de Extensão universitária de um Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de uma Universidade Pública do Ceará em 2011 e contou com uma equipe de alunos da graduação e da pós-graduação, uma professora e um grupo de moradores da Canafístula. A atuação aconteceu em processo de cooperação entre os moradores da comunidade e os extensionistas, com reconhecimento tanto do saber acadêmico quanto do saber popular. O foco era o fortalecimento das práticas culturais locais, a partir da realização do festejo junino, através do qual promoveu-se a participação em ações coletivas, a formação de rede entre os diversos atores comunitários, o sentimento de pertença à comunidade e o fortalecimento da identidade dos envolvidos. O método utilizado foi o dialógico-vivencial, em que os facilitadores se propõem a experenciar profundamente a realidade em que se inserem, vinculando-se às pessoas e ao lugar, realizando também análises sobre o modo de vida comunitário e dialogando com os moradores. Conclui-se que o desenvolvimento do festejo junino pode ser abordado como uma atividade comunitária, pois sua organização e sua realização tiveram como bases o diálogo e a cooperação com o um objetivo coletivo. Foi igualmente permeado por processos de conscientização e de fortalecimento da identidade pessoal e comunitária, propiciando aos participantes o reconhecimento de si enquanto sujeitos de sua história e agentes de transformação da própria realidade. Uma das consequências desse processo foi a criação de um grupo de jovens com o objetivo de refletir sobre a comunidade e seu desenvolvimento.


Palavras-chave


Atividade Comunitária; Psicologia Comunitária; Extensão; Comunidade Rural

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