O poder da escuta em unidade de terapia intensiva pediátrica no Ceará: prática da técnica de rapport em acompanhantes

Thália Letícia Batista Menezes, Margarida Gerciny Sampaio Façanha, Sara de Andrade Frederico, Júlia Ferreira Laureano, Ana Vitória Sales de Almeida

Resumo


Quando a internação da criança se processa em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, os pais, especialmente às mães por serem acompanhantes mais presentes, devem ser incluídas na perspectiva do cuidado dos profissionais de enfermagem.  Esta atitude favorece adaptação das genitoras, uma vez que nesse momento às mesmas se encontram ansiosas, fragilizadas e sentem-se impotentes diante das situações enfrentadas. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de um Hospital escola da região Norte do Ceará que abordavam a técnica de Rapport no decorrer das ações de intervenção no período de fevereiro a março de 2019, com dez encontros na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Uma vez por semana a equipe se reunia com às mães que acompanhavam seus filhos e os encontros seguiam sempre a metodologia de organização de grupos: quebra-gelo, intervenção e avaliação. A técnica de Rapport busca a conexão entre os participantes, assim, às acadêmicas mantinham postura atenta, empática e focalizavam no real problema a fim de tornar efetiva a relação para o enfrentamento. No primeiro encontro, inicialmente, a equipe foi apresentada ao grupo de mães, em seguida realizou-se a dinâmica de “quebra-gelo”, e a partir disso iniciou-se a conversa mais informal. As participantes sentiram-se à vontade para contar suas histórias de vida, falaram sobre suas fragilidades e o que gostariam que a equipe levasse para ser trabalhado nos próximos encontros. As temáticas principais abordadas foram o autocuidado, esperança e estresse. Em todo o período de aplicação a equipe mostrou-se presente e atenta a cada relato, buscando confiança das mesmas a escuta das informantes. Ao final dos encontros, constatou-se que a conexão criada foi além dos momentos estabelecidos, todas passaram a se conhecer por nome e aprenderam novas características umas das outras. A metodologia escolhida atendeu às expectativas tanto da equipe como do grupo. Mostrou-se essencial desde o momento de avaliação dos diagnósticos e implementação do Processo de Enfermagem. Utilizou-se a prática baseada em evidências para fundamentar às ações, contribuindo assim para a comunidade acadêmica e sociedade como um todo.

   

Palavras-chave


Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica. Saúde de Grupos Específicos. Relações Mãe-Filho.

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DOI: https://doi.org/10.23901/1679-4605.2021v17p452-465

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