Avaliação das informações telefônicas atendidas pelo CEATOX-Botucatu-SP sobre condutas de tratamento em casos de acidentes humanos causados por animais peçonhentos ou não, no período de 1999 a 2004
Resumo
Introdução: O CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica) de Botucatu – SP realiza por intermédio de profissionais da Unidade e plantonistas dos Cursos de Medicina e Enfermagem (LAT: Liga Acadêmica de Toxicologia), atendimento telefônico fornecendo informações tóxico-farmacológicas sobre agentes tóxicos. Objetivos: Analisar as exposições das pessoas a animais peçonhentos ou não, durante seis anos, cuja conduta de tratamento foi solicitada ao CEATOX. Métodos: Foram revisados 85 casos humanos registrados nos plantões de janeiro de 1999 a dezembro de 2004, envolvendo as exposições ao grupo de agente: animais. Esta revisão foi feita através dos dados das fichas de notificações individuais do Sistema Estadual de Toxicovigilância e do Livro-Ata de cada ano. O estudo relacionou variáveis como: tipos de animais que as pessoas tiveram contato, sexo, faixa etária e sintomas dos indivíduos, circunstância, local de ocorrência (residência, ambiente externo,etc.) e zona (rural ou urbana). Resultados: As vias de exposições que as pessoas foram expostas são: cutânea e mordedura/picada. Os animais mais freqüentes em ordem decrescente foram escorpião > aranha > cobra > taturana > abelha > gato. Na distribuição segundo sexo e faixa etária as pessoas do sexo feminino da faixa etária de 5 a 10 anos tiveram uma freqüência de 20,8%, as do sexo masculino das faixas de 20 a 30 anos e da faixa maior ou igual 50 anos tiveram uma freqüência de 17,4% cada. A principal circunstância foi acidente individual, sendo a maior freqüência (17,8%) na faixa de 5 a 10 anos. O local de ocorrência mais comum foi a residência das pessoas (p = 0,001), havendo casos nas zonas urbana e rural. Houve pessoas assintomáticas logo após a exposição e as que apresentavam sintomas descreveram como os mais comuns: dor local, edema e eritema. Conclusões/ Discussão: Apesar do estudo ter sido feito por seis anos, notamos um número total de casos menor do que as exposições por agrotóxicos e domissanitários, por exemplo. Talvez o número seja realmente menor ou talvez não haja notificação para os Centros de Intoxicações de todos os acidentes com animais. Observou-se também que há uma grande dificuldade das vítimas passarem as informações com precisão sobre a identificação da espécie animal, pois nem sempre a pessoa leva o animal ao hospital ao qual vai ser atendido ou, quando leva, fica difícil a identificação dos animais por não existirem pessoas especializadas para isso na maioria dos pronto-socorros.
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