Avaliação da composição nutricional e aceitabilidade da alimentação escolar

Laryssa Ataide Bartolazze, Mariana de Melo Cazal

Resumo


O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) visa suplementar a alimentação do aluno para melhorar suas condições nutricionais e sua capacidade de aprendizagem, além de formar bons hábitos alimentares. O presente estudo objetivou avaliar a adequação da composição nutricional dos cardápios em relação ao PNAE e a aceitabilidade das preparações oferecidas em uma escola da rede Municipal de São José do Calçado – ES. Adotou-se a pesagem direta para se obter o per capita das preparações oferecidas no período matutino, durante cinco dias consecutivos para alunos do 1º ao 5º ano. A avaliação da composição nutricional foi realizada de acordo com o estabelecido pelo programa, de modo a oferecer pelo menos 20% das necessidades nutricionais diária dos alunos. Utilizou-se uma escala hedônica facial de cinco pontos para verificar a aceitação da refeição servida. As médias de proteínas, ferro e zinco do cardápio estavam muito acima do recomendado pelo programa, já as médias de vitamina A, vitamina C e cálcio estavam muito abaixo dos valores estabelecidos pelo PNAE. O índice de aceitabilidade das refeições foi de 75%. Conclui-se que a alimentação oferecida na escola avaliada não estava adequada para a maioria dos requerimentos nutricionais estabelecidos pelo PNAE e a aceitabilidade das refeições apresentou índice inferior ao parâmetro estabelecido pela legislação brasileira, o que evidencia a necessidade do acompanhamento sistêmico da alimentação que é oferecida na escola para que as preparações servidas se tornem mais atrativas e possa garantir quantidades adequadas de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento dos alunos.


Palavras-chave


Programa Nacional de Alimentação Escolar. Escolares. Ingestão alimentar. Recomendação nutricional

Texto completo:

PDF

Referências


ABRANCHES, M. V. et al. Avaliação da adequação alimentar de creches públicas e privadas no contesto do programa nacional de alimentação escolar. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 43-57, 2009.

BERNAUD, F. S. R.; RODRIGUES, T. C. Ingestão alimentar – Ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v.57, n.6, p.397-405, 2013.

BRASIL. Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar Cecane – UNIFESP, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

DIAS, L. C. D. et al. Valor nutricional da alimentação escolar oferecida em uma rede municipal de ensino. Revista Ciências em Extensão, São Paulo, v.8, n.2, p. 134-143, 2012.

DIEZ-GARCIA, R. W.; CASTRO, I. R. R. A. culinária como objeto de estudo e de intervenção no campo da Alimentação e Nutrição. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro v.16, n.1, p. 91-98, 2011.

GAGLIANONE, C. P. Alimentação no segundo ano de vida, pré-escolar e escolar. In: Lopez, FA, Brasil, ALD. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. cap.3, p. 368.

GROTTO, H. Z. W. Metabolismo de ferro: uma revisão sobre os principais mecanismos envolvidos em sua homeostase. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São Paulo, v. 30, n. 5, p. 390-397, 2008.

IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF): Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes no Brasil. 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2016.

IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF): tabela de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. 2011. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2016.

ISSA, R.C. et al. Alimentação escolar: planejamento, produção, distribuição e adequação. Revista Panamericana de Salud Pública. Washington, v.35, n.2. p. 96-103, 2014.

KING, J. C. et al. Biomarkers of nutrition for development (BOND) – zinc review. The Journal of Nutrition. Rockville, v. 146, n.4, p. 858S-885S, 2016.

MANELA-AZULAY, M. et al. Vitamina C. Anais Brasileiros de Demartologia. Rio de Janeiro, v.78, n.3, p.265-274, 2003.

NASCIMENTO, M. C. P. S. Alimentação escolar em três escolas públicas no município de Itapetinga – BA: uma contribuição para educação ambiental. 2015. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências Ambientais) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2015.

PECORARI, R. C. F. Uma proposta de inovação no cardápio escolar baseada na avaliação do programa de alimentação escolar, de Piracicaba – SP. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos e Nutrição) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP, São Paulo, 2006.

PEDRAZA, D. F. et al. Avaliação do programa de alimentação escolar municipal de Olinda – Pernambuco. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza, v.20, n.2, p. 76-85, 2007.

POLACOW, V. O.; JUNIOR, A. H. L. Dietas hiperglicídicas: efeitos na substituição isoenergética de gordura por carboidratos sobre o metabolismo de lipídeos, adiposidade corporal e sua associação com atividade física e com o risco de doença cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabolismo, São Paulo, v.51, n.3, p. 389-400, 2007.

SANTOS, I. H. V. S.; XIMENES, R. M.; PRADO, D. F. Avaliação do cardápio e da aceitabilidade da merenda oferecida em uma escola estadual de ensino fundamental de Porto Velho, Rondônia. Saber Científico, Porto Velho, v.1, n.2, p. 100-111, 2008.

SILVA, M. M. D. C.; GREGÓRIO, E. L. Avaliação da composição nutricional dos cardápios da alimentação escolar das escolas da rede municipal de Taquaraçu de Minas – MG. HU Revista, Juiz de Fora, v.37, n.3, p.387-394, 2012.

VITOLO, M. R.; CAMPAGNOLO, P. D. B.; GAMA, C. M. Fatores associados ao risco de consumo insuficiente de fibra alimentar entre adolescentes. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.83, n.1, p. 47-52, 2007.




Creative Commons License
Revista Ciência em Extensão by Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura - UNESP - Brasil is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at ojs.unesp.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/about/editorialPolicies#custom0.