Extensão em Microbiologia: mudas inoculadas com microrganismos benéficos na bacia do rio Doce
Resumo
A extensão universitária, enquanto um dos três pilares de Universidades Públicas, cria oportunidade para a troca de conhecimentos e (re)significação de saberes, contribuindo para diminuir a lacuna pesquisa-aplicação e para ampliar a democratização do conhecimento técnico-científico. O presente relato de experiência objetivou apresentar a importância de projetos de pesquisa (com)partilhados com a extensão universitária, sobretudo diante de desafios complexos, tal como a produção de mudas de espécies florestais nativas inoculadas com microrganismos benéficos para a recuperação da bacia do rio Doce. O projeto “Seleção de microrganismos e produção massal de substrato inoculado para a produção de mudas, visando o repovoamento das áreas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão” surgiu diante do desastre ambiental de Mariana – MG, que ocorreu em novembro de 2015, com o rompimento da barragem de Fundão. Deste modo, o projeto foi construído buscando incluir pequenas empresas e produtos de origem local, juntamente com atividades de extensão. Dentre os princípios que nortearam as atividades de extensão relatadas neste artigo destacam-se o compromisso em estabelecer estratégias para diminuir as lacunas pesquisa-aplicação, a comunicação participativa, a multidisciplinaridade e a necessidade de devolver os resultados de pesquisas para os diversos atores envolvidos com o projeto. As atividades de extensão permitiram ampliar possibilidades e parcerias, bem como selecionar espécies de plantas florestais nativas para inoculação com microrganismos benéficos, de modo participativo, dando maior significado social para a pesquisa. Ressalta-se que são necessários esforços contínuos para estabelecer relações sujeito-sujeito e para ampliar as atividades de extensão a todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com o projeto. O alinhamento de pesquisa e extensão em microbiologia, com foco na produção de mudas de espécies florestais nativas inoculadas com microrganismos benéficos para a revegetação da bacia do rio Doce, tem contribuído para (com)partilhar ações que favorecem a participação e o engajamento mútuo dos atores envolvidos: pesquisadores, técnicos e viveiristas.
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PDFReferências
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