PROJETO NEUROTRAUMA: Educar para prevenir – o melhor tratamento

Keity Lamary Souza Silva, Samara Maria Neves Barbosa, Sheyla Gabrielle Alves Ferreira, Marielle Martins de Carvalho, Josiane Izomara Souza, Andreia Ferreira Lemes de Morais, Célio Marcos dos Reis Ferreira, Thais Peixoto Gaiad Machado, Ana Paula Santos

Resumo


Introdução: As lesões neurológicas são as principais causas de deficiência. Os neurotraumas: trauma raquimedular (TRM) e traumatismo cranioencefálico (TCE) além de frequentes, causam, muitas vezes, danos neurológicos permanentes e acometem comumente os jovens que têm a sua vida inteiramente modificada. Os neurotraumas impactam a vida não só do indivíduo que sofre o trauma, mas de toda a sua família, além do sistema de saúde e previdenciário, tornando-se um problema de saúde pública. Objetivos: Promover ações educativas relacionadas aos neurotraumas a alunos do ensino médio das escolas públicas de Diamantina – Minas Gerais e conscientizar sobre a seriedade do TRM e TCE estimulando a prevenção. Métodos: Alunos do ensino médio das escolas públicas da cidade de Diamantina – Minas Gerais formaram o público alvo da intervenção deste projeto de extensão. A atividade extensionista iniciou após autorização da equipe escolar. Um questionário sobre o conhecimento e fatores de risco do TRM e TCE foi entregue para os alunos antes da aula expositiva e ilustrativa sobre os neurotraumas. A aula continha assuntos relacionados à anatomia neurológica, etiologia, incidência, fatores de risco, prognóstico, complicações e prevenção dos neurotraumas. Houve um período para debate e dúvidas, e um folder explicativo sobre o assunto foi entregue aos alunos no final da abordagem. Os dados relacionados ao questionário aplicado foram analisados e relatos dos alunos extensionistas e da equipe escolar foram registrados. Resultados: O número total de estudantes abordados nesta intervenção foi de 451, distribuídos entre os três anos do ensino médio, 32% do primeiro ano, 40% e 28% do segundo e terceiro, respectivamente. A média de idade dos estudantes foi de 16 anos e a maioria do gênero feminino (55%). Um número expressivo de alunos não tinha conhecimento sobre o TRM (41%) e TCE (52%) e vários deles apresentavam atitudes de risco para um possível neurotrauma. Conclusão: A melhor conduta para evitar o número crescente e as consequências dos neurotraumas é a prevenção, pois além da autoproteção, evita acidentes a terceiros e trazem benefícios econômicos para toda a sociedade e menos sofrimento para os indivíduos. Houve interação entre a universidade e as escolas o que proporcionou o aumento do aprendizado.

Palavras-chave


Lesões encefálicas traumáticas. Traumatismos da medula espinal. Educação. Prevenção de acidentes.

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