Desenvolvimento infantil e o ambiente institucional – experiência com bebês abrigados

Cristina dos Santos Cardoso de Sá, Andrea Perosa Saigh Jurdi, Sara Del Prete Panciera

Resumo


O desenvolvimento infantil não depende exclusivamente da criança, a esse processo estão incorporados aspectos biológicos, relacionais, contextuais e culturais. Nessa perspectiva o ambiente passa a ter importância considerável no processo de desenvolvimento, crescimento e amadurecimento do indivíduo. Esse estudo objetivou relatar a experiência problematizando o acolhimento institucional e a relação do mesmo com o desenvolvimento de bebês. Participaram estudantes dos cursos de fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional, nutrição e serviço social, que elaboraram uma proposta de intervenção por meio de oficinas lúdicas em parceria com uma instituição de acolhimento situada no município de Santos partindo do princípio que o brincar é uma área interdisciplinar, assim como, o desenvolvimento infantil.  As oficinas lúdicas ocorreram uma vez por semana, a partir de um processo prévio de análise da instituição, rotina dos bebês e da fase do desenvolvimento em que estavam.  Os resultados revelam a condição do ambiente encontrado e sua relação no cuidado, e o brincar e sua ação

Palavras-chave


desenvolvimento infantil, crianças sem lar, abrigo

Texto completo:

PDF

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Criança/Projeto Minha Gente. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF, 1991.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Brasília, DF, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional da Criança e do Adolescente. Orientações técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes. Brasília, DF, 2009.

CAÇOLA, P. M. et al. The new affordances in the home environment for motor development – infant scale (AHEMD-IS): versions in english and portuguese languages. Brazilian Journal of Physical Therapy, São Carlos, v. 19, n. 6, p. 507-525, 2015.

DAFFRE, S. G. A. Realidade dos abrigos: descaso ou prioridade. São Paulo: Zagadoni, 2012.

GALHEIGO, S. M. O abrigo para crianças e adolescentes: considerações acerca do papel do terapeuta ocupacional. Revista de Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 85-94, 2003.

JURDI, A. P. S. A ética do cuidado e do encontro: a possibilidade de construir novas formas de existência a partir de uma brinquedoteca comunitária. 2009. Tese (Doutorado)- Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

JURDI, A. P. S.; SCRIDELLI, C. A ludicidade presente na vida dos educadores sociais: reflexos no trabalho com crianças abrigadas. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 22, n.3, p. 551-560, 2014.

JURDI, A. P. S. et al. Oficinas lúdicas: favorecendo espaços de encontro para crianças abrigadas. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v. 10, n.1, p. 62-71, 2014.

LIMA, et al. O bebê e a mãe: qualidade do vínculo e o desenvolvimento nos primeiros seis meses de vida. In: PINTO, R. F.; OLIVEIRA, A. I. A. (Org.). Pesquisas em desenvolvimento infantil. Belém: Conhecimento & Ciência, 2008.

MOURA, G. G.; AMORIM, K. S. A (In)Visibilidade dos bebês na discussão sobre acolhimento institucional. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 18, n. 2, p. 235-245, 2013.

NOGUEIRA, F. (Org.). Entre o singular e o coletivo: o acolhimento de bebês em abrigo. São Paulo: Instituto Fazendo História, 2011.

PILOTTI, F.; RIZZINI, I. A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Interamericano Del Niño, 1995.

ROSSETTI-FERREIRA, M. C. Olhando a Pessoa e seus Outros, de perto, de longe, no antes, aqui e depois. In: COLINVAUX, D.; LEITE, L. B.; DALBOSCO, D. D. A. (Org.). Psicologia do desenvolvimento: reflexões e práticas atuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

TECKLIN, J. S. Fisioterapia pediátrica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

TINOCO, V. O luto de crianças institucionalizadas em casas de abrigo. [S.l.: s.n.], [2001]. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2012.

WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.

WINNICOTT, D. W. Natureza humana. Rio de Janeiro: Imago, 1990.




Creative Commons License
Revista Ciência em Extensão by Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura - UNESP - Brasil is licensed under a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil License.
Based on a work at ojs.unesp.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/about/editorialPolicies#custom0.